quarta-feira, 30 de maio de 2012

Pombo Correio


Reportagem -Florianópolis 






Fonte: http://www.programaanimal.com.br

sábado, 26 de maio de 2012

O Segredo dos Campeões


A Resposta é: SELEÇÃO
Devemos ser bons e pacientes para com os pombos,mas severos ao mesmo tempo! "Uma mão de ferro numa luva de veludo". Para além disso, a seleção não pode começar muito tarde. Quando os nossos pombos não conseguem bons resultados, é importante não demorar muito em encontrar o verdadeiro motivo dessa situação. Há duas possibilidades... ou os pombos não são de boa qualidade ou não estão em boas condições físicas ou de forma. Raramente essas duas causas aparecem em simultâneo, porque, nos dias de hoje, os pombos de boa qualidade estão largamente espalhados por todo o lado, e acredito firmemente que haverá poucos columbófilos que apenas possuem pombos de fraca qualidade. Na Holanda e Bélgica, normalmente a competição faz-se na razão de um prêmio para cada quatro encestados. Isto quer dizer que em 1000 pombos numa prova haverá 250 prêmios. Quando um columbófilo encesta 16 pombos pelo menos espera ganhar quatro prêmios. Não é bom nem mau. Quando ganha oito prêmios (50% dos encestados) isto é considerado como bom. Os (verdadeiros campeões?!), contudo, não ficam satisfeitos com este tipo de performances. 50% ainda não somos bons para eles. Temos a seguinte situação: Se um campeão encesta 16 pombos para um concurso e se ganha oito prêmios não é bom para ele! Se um fraco concorrente encesta também 16 pombos e se ganha oito prêmios, é uma grande proeza, já que quatro prêmios já seriam bons para ele! Se um outro encesta também 16 pombos e não ganha nenhum prêmio nos primeiros 25% do encestamento total, onde estará o mal? Parece mesmo um contra-senso. Haverá ainda quem tenha maus pombos? Acho que a falta de qualidade não poderá ser a razão. Esse Columbófilo deve ter um problema e deve visitar um veterinário. Os seus pombos devem estar doentes e não será pouco.
A Grande falha
Fraca qualidade ou saúde deficiente? É este o grande dilema de muitos columbófilos que não conseguem triunfar na Columbófilia. No que diz respeito à qualidade dos pombos, já por diversas vezes escrevi e disse que ninguém no mundo pode ter a certeza quanto à boa qualidade de um pombo! Não se pode ver isso nos olhos e nem mesmo os mais valiosos sangues e melhores raças fazem, necessariamente, de um pombo, uma ave de qualidade. Não podemos também explicar o contrário. Se não podemos dizer que determinado pombo é ou será bom, também não podemos dizer se determinado pombo é ou será mau. Alguns, no entanto, podem ter tão má plumagem, ou uma tal estrutura óssea que, definitivamente, não podem ser bons. Se um columbófilo consegue ver se um pombo está mal, isto já é alguma coisa. Não será "apenas" alguma coisa! Penso que isto será a chave do êxito de muitos columbófilos. Sabem quais são os pombos que têm de ser eliminados! "Uma boa seleção"!, dizem muitos campeões, "é o meu segredo". Toda a gente comete erros quando começa a seleciona pombos, mas uma quarta parte dos campeões, digamos, comete menos erros do que os outros. No que diz respeito a uma única coisa – a saúde – nunca cometem erros. É quando a saúde, a saúde natural, é à base do critério da sua seleção. O columbófilo que se liberta das aves que não estão em boa condição durante os 365 dias do ano, raramente cometerá desses erros. Quando um columbófilo possui, digamos, 40 pombos e 38 gozam de boa saúde, não há razão para que os outros dois estejam doentes. Libertem-se deles! Certamente que não quererão tratar os 40 pombos para curar os outros dois. Quando dois estudantes de uma determinada turma têm uma dor de cabeça, certamente que o professor não dará aspirina a todos os restantes alunos!
O Segredo
No desporto columbófilo muitos caminhos podem levar-nos ao êxito. Mas  existe uma coisa que os campeões têm em comum. Não têm pena das aves que não se mantêm em permanente boa saúde ou que, constantemente, necessitam de medicamentos para se manterem em boa forma física. Aqueles que exageram na aplicação de medicamentos, com certeza não possuem pombos doentes, mas simplesmente insiste nessa área talvez para conseguir dessas aves a "super forma"! A sua saúde não é natural, é artificial. Isto também é importante quando decidimos introduzir pombos na nossa colônia. Fujam dos columbófilos que utilizam muitas drogas nos seus pombos. Será melhor comprar pombos a columbófilos que não conheçam, nem utilizem muitos medicamentos. Nessas colônias encontraremos aves fortes com muito mais resistência natural às viroses, às bactérias e aos perigos que os esperam fora do pombal, por exemplo, nas caixas de transporte a caminho do local de solta para um concurso. Muitos columbófilos perguntam: "Que posso dar aos pombos para torná-los mais saudáveis?" É uma falsa questão. A pergunta deveria ser: "Que posso fazer para obter pombos resistentes, fortes por natureza, pombos com uma boa imunidade que não necessitem permanentemente de medicamentos?". Efetivamente, a seleção deve começar a fazer-se quando o pombo ainda está no ovo!
Erros
No que concerne à seleção, cometem-se os seguintes erros: Há muita gente que começa a pensar desde muito cedo que determinado pombo será muito bom. O mesmo pombo, para ser um campeão, poderá ser considerado apenas como um pombo de média qualidade, e pode seguir para o pombal dos reprodutores se estiver na colônia de um columbófilo de média categoria. Outros conservam pombos como reprodutores, onde não devem ter lugar. Por exemplo, pombos com idade de quatro anos que nunca reproduziram um bom voador. Esse tipo de pombos está lá devido à sua origem ou porque o seu preço foi elevado. No que respeita aos pombos de competição, é a mesma história. Um pombo de dois anos raramente faz melhor o seu trabalho quando se vai tornando mais velho. è por isso que a idade de dois anos, o pombo deve mostrar todas as suas qualidades, caso contrário terá de analizar-se a situação e dar-lhe o caminho mais conveniente. É por essa razão que os maiores campeões da Europa viajam com tantos pombos do ano.
Pombos Jovens
A competição era muito diferente há algumas décadas atrás. Analisam-se as folhas das classificações da Bélgica e Holanda e as compararmos com as destes últimos anos, verificamos as deferes de idade dos vencedores e primeiros lugares dos concursos. Agora aparecem com mais freqüência no topo das classificações, pombos de um ou dois anos de idade. Só para concursos com dois dias de viagem será diferente. No passado, um pombo que estivesse doente, perdia-se. Simplesmente, não havia medicamentos adequados e, normalmente, pouco se utilizavam. Depois começaram a utilizarem-se os tratamentos para tudo e podemos dizer que, uma quarta parte dos columbófilos, já tem problemas de todas as espécies no seu pombal. A medicação contínua durante anos torna os pombos mais fracos. Muitos columbófilos ainda não compreenderam que a medicina desenvolveu-se muito na questão da cura das doenças. Procuravam refúgio na medicina quando os resultados eram fracos porque suspeitavam que os campeões para serem bons tivessem de estar medicados. É um conceito errado. Os medicamentos não fazem boas colônias. Uma dura seleção baseada nos bons resultados, na saúde natural e na imunidade, faz realmente uma boa e duradoura colônia.
Pombos mais novos
No passado, muitos campeões da Europa separavam os filhotes dos pais quando tinham quatro semanas de idade. Nos dias de hoje, já o fazem com três semanas de idade. Fazem-no por várias razões: Alimentar os filhotes deve cansar demasiado os pais, especialmente quando já têm uma idade avançada. Separa-los dos pais mais cedo os tornam mais óceis. Poucos pombos ficam marcados por este modo de atuar e, é o columbófilo o responsável por não ter bons contactos com as aves. Agarra-as com muita força. Não esperam que tais pombos percam toda a confiança no tratador? Como se pode esperar que tais pombos entrem rápido no regresso de um concurso quando vêm quem os trata dessa maneira? Acreditem ou não, tais aves só entram quando o tratador se esconder. Há também o columbófilo que faz as coisas de maneira diferente: Os pombos entram mais rápido quando vêm o seu amigo, o tratador. Fazem as coisas como deve ser. É outra boa razão para separar os filhotes dos pais mais cedo e tem a ver com a seleção. O columbófilo começa a conhecer mais cedo quais são os borrachos mais fracos.
Pombos sem futuro
Quanto mais cedo se possa seleciona os borrachos, melhor. Na verdade, a seleção pode começar quando os borrachos ainda não saíram do ovo. Alguns conselhos sobre a seleção: 1) Não acreditem em ovos com uma casca muito rugosa e dura. Se o borracho não morrer dentro do ovo, raramente será um borracho vital, mesmo se é filho dos melhores pombos da colônia. A casca do ovo deve ser brilhante, polida, tal como os pombos saudáveis. Deitem fora os ovos com casca rugosa e dura. 2) Quando estiverem a anilhar os borrachos (oito a dez dias de idade), verifiquem se algum deles tem as penas mais finas do que outros borrachos  a mesma idade. Tais pombos podem nunca mais vir a ser fortes, vitais e saudáveis. Podem também eliminar esse borracho. É um pombo que não tem futuro. 3) Atenção aos borrachos que estão sempre a piar na tigela. Pode ter como origem a tricomoniase e a medicação específica dará uma ajuda. Mas tal coisa nunca acontecerá a um bom columbófilo. Está sempre de alerta em relação a tricomoniase e age preventivamente. Geralmente fala-se sobre borrachos que piam muito na tigelas como sendo borrachos sem grande futuro. 4) Devemos também dar atenção aos borrachos que aparecem molhados na tigelas. E aparecem molhados porque os pais bebem muito e a papa que dão aos filhos contém muita água. Pombos que bebem muito não se encontram em vezes são os órgãos digestivos que não estão a funcionar bem. O começo de vida com estes borrachos não é o melhor. Também é possível que os borrachos se deitem em cima das suas próprias fezes. E por quê? Porque não têm força para lançar as fezes para fora da tigelas. Não são suficientemente fortes. Libertem-se destes borrachos. 5) Às vezes verifica-se que o crescimento das penas de cobertura na zona das escapulares está atrasado. Se compararmos com outros borrachos da mesma idade a plumagem está mais avançada, mais completa. Acompanhar com cuidado esses borrachos com a plumagem atrasada, porque esse fato demonstra falta de vitalidade e isso significa futuro incerto. 6) Após a separação dos pais, pode acontecer que os borrachos demorem a começar a comer. Pedem até aos outros borrachos que lhes dêem de comer. Mais uma vez: borrachos fracos não devem permanecer no pombal. 7) É um bom hábito abrir o bico dos borrachos pelo menos uma vez. Pode acontecer que o bico esteja fraco e frágil. Esta anomalia demonstra uma fraca ossatura e um corpo fraco. Fora! O mesmo deve acontecer com os borrachos que têm uma grande abertura da garganta. 8) Eu já manuseei muito dos melhores pombos da Bélgica e Holanda. Muito poucos desses pombos eram do tipo grande. E os grandes só brilham nas provas de velocidade. A hipótese dos pombos grandes serem bons nas longas distâncias é quase zero.
Outro erro
Não gosto de pombos de ano que estejam quase sempre no chão porque estão muito gordos e grandes demais para voar para os poleiros mais altos, enquanto que pombos da mesma idade estão sempre a querer voar. Columbófilos com pouca experiência pensam que os pombos grandes são os mais fortes para voar. Estão enganados. O pombo de competição moderno é, sem dúvida, menor. É importante aprender com os próprios erros. Aconteceu-me há tempos ficar com um borracho que estava doente. A única razão: os pais eram realmente especiais. Nunca me tinha acontecido e esse pombo doente também não deu qualquer coisa de bom. Agora não hesito, a seleção para ser efetiva não deve ter exceções. Boa saúde é o principal atributo que um borracho e mesmo um adulto deve possuir. Se o borracho não está de boa saúde, primeiro elimina-se e depois se verifica pela anilha quem são os pais. Se primeiro se vê quem são os pais, talvez os nossos olhos de juiz sejam influenciados e sejamos persuadidos a deixá-lo viver.
Positivo
Do que gosto mais nos pombos de ano, para além da sua saúde natural, é o seu apego ao seu próprio território, apesar da sua tenra idade. Pombos que gosto de apanhar no escuro e que sei estarem sempre no mesmo poleiro, são normalmente bons pombos. Não gosto dos pombos que estejam pousados em lugares diferentes. Os pombos que não se sintam atraídos pelo seu território e o defendam, raramente são bons atletas.
Conclusão
Pombos com um corpo perfeito, olhos bonitos, plumagem impecável e mesmo com um perfeito pedigree, podem ser aves sem valor, não ganham nenhum prêmio. Este fato faz com que uma boa seleção seja tão problemática. O que é mais importante e o que faz com que um pombo seja bom é o seu caráter, o poder de orientação, a inteligência, a vitalidade, o apego ao seu território. Por isso, alguns erros podem ser cometidos quando se faz a classificação e seleção. Um columbófilo que classifica e selecciona com base nos parâmetros da saúde nunca eliminarão bons pombos. E, felizmente, não será assim difícil ver se um pombo está doente ou não. Não pensem que os medicamentos fazem vencedores. Columbófilos célebres como Klak, Engels e muitos outros têm tido imenso êxito procedendo assim. Não são doutores. químicos, pelo contrário, poucos conhecem de medicamentos ou doenças. O que têm em comum é que eles compreendem o que é importante A SELEÇÃO!

Raças de pombos correios


A origem do pombo correio belga moderno é pouco definida.
Os criadores Belgas iniciaram, há mais de 200 anos, o cruzamento entre várias espécies, muitas delas actualmente extintas, apenas visualizadas através de quadros de antigos pintores.
São eles os fundadores dos modernos pombos competidores de raça belga desde o ano de 1800 os belgas começaram uma introspecção melhor no desenvolvimento de pombos de competição.
A produção de pombos de competição começou em Antuérpia, em Bruxelas, em Ghent e em Liege com o cruzamento de espécies diferentes.
Das espécies que foram utilizadas, a mais importante que se utilizou para vir a ser o pombo correio moderno foi a Antuérpia Smierel, uma espécie belga muito antiga, e ainda o portador inglês, o Camulet antigo e o Dragão.
Já em 1815, os nativos de Ghent preferiram utilizar no cruzamento os pombos cultivadores pequenos.
Em 1820, os columbófilos ricos de Ghent compraram muitos pombos de Liege, de bicos curtos e com um jabot, para cruzar com seus próprios pombos. O sucesso daquele cruzamento confirmou-se na prova realizada naquele ano.
Actualmente ainda se encontram os bicos curtos compactos e pequenos com um jabot, o que nos lembram os pombos pretos pequenos de Liege.
Havia também as espécies maiores e mais longas que são claramente descendentes do pombo de Antuérpia.
Os cruzamentos descritos dão uma ideia do trabalho enorme que viria ser o actual pombo belga de competição.
Os columbófilos, desde há 2 séculos, tiveram uma grande tenacidade e foram presenteados com a produção de pombos com desempenhos espectaculares.
Envie-nos os seus comentários sobre este assunto.
Columba LiviaColumba Livia:
Todos concordam que as pombas da rocha (Columba Livia) são os antepassados de todos os pássaros domesticados que nós chamamos hoje o pombo.
JacobinsJacobins:
Espécie antiga utilizada em cruzamentos.
De tamanho médio e não tão robusto como o pombo correio.
TumblersTumblers Turcos:
Espécie antiga utilizada em cruzamentos.
Antuerpia SmierelAntuerpia Smierel: aliás Smerle des Flandres (fr.); Smerle Anversois (fr.); Antwerp Smierel (eng.)
Espécie antiga e rara de orígem Belga.
Pássaro com um estatura forte, um corpo forte e um porte orgulhoso.
Outras características são uma cabeça longa com as asas bem desenvolvidas, bico e olhos de cores diferentes, do castanho a quase branco.
Portador inglêsPortador inglês:
Espécie antiga utilizada em cruzamentos.
Camulet antigoCamulet antigo:
Espécie antiga utilizada em cruzamentos.
DragãoDragão:
Espécie antiga utilizada em cruzamentos.
O CultivadorO Cultivador:
Espécie antiga utilizada em cruzamentos.
HorsemanHorseman:
Espécie extinta.
Pombo de LiegePombo de Liege:
Passaros pequenos com olhos e plumagem escuros.
Possuem bico curto e um jabô em seu pescoço.
TurbitTurbit:
Também chamado Craveté, de raça francesa, é provavelmente o antepassado dos pombos de liege juntamente com o Platneusduif.
PlatneusduifPlatneusduif:
Pássaros com uma velocidade regular, não muito velozes, mas com perseverança para alcançar seu pombal.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Origem


O pombo-comum, também conhecido como pombo-doméstico ou pombo-das-rochas (Columba livia), é uma ave membro da família Columbidae. Verifica-se grande variação no padrão de cores desse animal, havendo exemplares brancos, marrons, manchados e acinzentados. Há poucas diferenças visíveis entre machos e fêmeas. Sua plumagem é normalmente em tons de cinzento, mais claro nas asas que no peito e cabeça, com cauda riscada de negro e pescoço esverdeado. Caracterizam-se, em geral, pelos reflexos metálicos na plumagem, cabeça e pés pequenos, bicos com elevação na base e a ponta deste em forma de gancho. O bico costuma ser negro, curto e fino, com 3,8 cm de comprimento médio. Geralmente são monogâmicos, tendo dois filhotes por ninhada. Ambos os pais cuidam do filhote por um tempo. Seus habitats incluem vários ambientes abertos e semi-abertos. Brechas entre rochas costumam ser usadas para se empoleirar e reproduzirem, quando na natureza. Foi criado por asiáticos desde a antiguidade mais remota — há imagens que o representam, na Mesopotâmia, datadas de 4.500 a.C., e com o passar do tempo se estabeleceram ao redor do mundo, principalmente nas cidades, e atualmente a espécie é abundante. Atualmente são vistos como animais sinantrópicos. Não há nenhum predador nas grandes cidades para este animal e sua reprodução é rápida, o que gera uma população cada vez crescente, um grave problema ambiental ao homem, já que abrigam alguns parasitas que podem ser nocivos à saúde humana.
moinhos
... Alguns achados arqueológicos indicam a existência do pombo 6.500 anos A. C. ... O faraó Ramsés III deu a conhecer ao povo a sua subida ao trono através dos pombos-correio. ... No Egipto anunciava-se a subida das águas do Nilo através dos pombos-correio. ... No Império Persa, o correio aéreo baseado no serviço de mensagens através de pombos correio deu origem a um ramo da Administração Pública. ... O Rei Salomão utilizava exclusivamente pombos correio na transmissão das suas ordens aos governadores das províncias do seu vasto Império. ... As vitórias nos Jogos Olímpicos eram dadas a conhecer através dos pombos-correio. ... Os romanos, no período da ocupação da Gália, faziam chegar as noticias a Roma, por meio de uma série de pombais escalonados até àquela capital. ... Em 1288, no Cairo, eram empregados 1900 pombos-correio no serviço postal regular. ... O Sultão Nur-Eddin (séc. XII) criou um serviço postal por pombos-correio entre Bagdad e todas as cidades do seu Império. .. Joinville, nas "Crónicas" relata o relevante papel protagonizado pelos pombos-correio durante as Cruzadas à Terra Santa. ... Na Idade Média só aos senhores feudais e ao clero era autorizado a criação e detenção de pombos correio. Este "droit de colombier" apenas foi abolido com a Revolução Francesa, em 4 de Agosto de 1789. ... Em 1815, a primeira notícia recebida em Londres, a anunciar a derrota de Napoleão em Waterloo, foi transmitida por um pombo correio. Antes, porém, da chegada deste pombo mensageiro, já o Ministério da Guerra londrino recebera pelo telégrafo de Chappe, um telegrama incompleto que dizia "Wellington defeated ...", esta notícia causou o pânico na opinião pública e a bolsa entrou em queda livre. Rothschild, que utilizava regularmente os pombos correio nos seus negócios, tinha alguns deles na zona de combate: enquanto o Ministério carpia a "derrota", o banqueiro adquiriu na Bolsa, por valores irrisórios, todos os títulos e acções ali transaccionados. ... Cerca do ano de 1900, a empresa francesa Compagnie Général Transatlantique recebia noticias dos seus navios através de uma rede organizada de pombos correio (os pombos voavam distâncias superiores a 300 Km sobre o mar). ... Na Iª Guerra Mundial, mais de 30.000 pombos foram utilizados nas frentes de combate, sobressaindo o episódio do forte de Vaux e a história da heróica batalha de Verdun; A Alemanha reconhecendo o perigo, ordenou o extermínio dos pombos-correio nas regiões ocupadas. ... Na 2ª Guerra Mundial assistiu-se ao êxito das mensagens aladas sempre que as comunicações via rádio eram interceptadas ou perturbadas pelos adversários. ... Em 1948, o governo português concedeu o Estatuto de Utilidade Pública ao pombo correio. ... Na década de 50, na Argentina, cerca de 60.000 pombos ainda serviam como meio de comunicação postal. ... A Suíça desmobilizou os pombos correio já na década de 90. ... A columbofilia continua, em diversos países, como em Espanha ou Cuba, a depender do Ministério da Defesa. ... Agora que o Mundo parece encaminhar-se para uma paz duradoura e face ao aparecimento das novas tecnologias de comunicação, o pombo correio tem a sua verdadeira dimensão na área desportiva. ... A Federação Columbófila Internacional, sediada em Bruxelas, aglutina cerca de 60 países de todos os Continentes. ... Portugal ocupa um lugar de destaque nesta organização. ... A columbofilia é, em Portugal, o segundo desporto mais praticado (logo a seguir ao futebol). ... Cerca de 20.000 associados, 750 clubes e 14 Associações Distritais / Regionais dão corpo à estrutura columbófila nacional. ... A Federação tem registados cerca de 4.500.000 pombos-correio. ... Portugal é bi-campeão Olímpico em columbofilia. ... No triénio 1997-1999, Portugal organizou, com assinalável sucesso, três Campeonatos do Mundo, 3 Campeonatos Latino Americanos e um Campeonato da Europa. ... A alimentação destes atletas é especialmente concebida tendo em conta o seu dispêndio de energia e é composta por mais de 25 diferentes tipos de sementes, suplementos energéticos e vitaminicos. ... Grandes figuras do desporto português (José Torres, Bento, Chalana...) adoptaram a columbofilia como seu principal hobby. ... Eminentes cientistas como o Prof. Dr. Rodrigues Branco (medicina núclear) são columbófilos. ... O Dr. Mariano Palacios (ex-embaixador do México em Portugal e actual Ministro do Trabalho no seu país) é um grande columbófilo, teve instalado na residência oficial, em Lisboa, um pombal.
Additional Hints (Decrypt)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

CALOR E TEMPERATURA





        Durante as tempestades torna-se patente a existência da enorme quantidade de energia presente na atmosfera. Esta energia manifesta-se também quando extensas correntes de ar varrem continentes e oceanos. Praticamente toda esta energia vem do Sol, sob a forma de radiação electromagnética. As quantidades recebidas do interior quente do globo terrestre e provenientes das estrelas são desprezáveis.
Vejamos então o que acontece à radiação solar quando entra na atmosfera e consideraremos também alguns dos processos de troca de calor que se verificam no sistema atmosfera/litosfera.
   
A radiação solar. De toda a radiação solar que atinge o globo terrestre, 99% está contida no grupo de comprimentos de onda entre 0,15m 4,0m (1m=10-6 m). Desta radiação, 9% está na região do ultravioleta, 45% na da radiação visível e 46% na do infravermelho, do espectro electromagnético.
Em média, só cerca de 47% da radiação proveniente do Sol é realmente absorvida pela superfície do globo. A restante radiação é afectada por três processos atmosféricos - absorção, reflexão e difusão. A maior parte da radiação ultravioleta é absorvida pelo ozono existente na atmosfera.
O vapor de água é o único gás que absorve uma grande parte da radiação visível. As nuvens e a poeira, no entanto, absorvem quantidades variáveis, de acordo com as condições predominantes.
Quando há nebulosidade, grande parte da radiação solar pode ser reflectida pelos topos das nuvens e regressar ao espaço exterior. Parte da radiação que atinge a superfície do globo é também reflectida.
A razão existente entre a radiação solar e celeste reflectida pela radiação que atinge uma determinada superfície chama-se albedo.  Isto é:
  
Assim, existem superfícies que têm um albedo maior do que outras. A neve, por exemplo, apresenta valores de albedo entre 0,8m quando é recente e 0,5m quando é velha e suja, Também as nuvens de grande desenvolvimento vertical (como os Cumulonimbos) reflectem cerca de 80% da energia recebida, enquanto que outras superfícies terrestres tais como florestas, campos lavrados, etc., apresentam valores entre 0,1 e 0,2. A água dos oceanos, rios e lagos, quando em situações de calmaria, absorve grande percentagem da radiação recebida, quando o Sol está alto e reflecte a maior parte, quando o Sol está baixo no horizonte.
A radiação solar pode também ser difundida, em todas as direcções, por gases e partículas existentes na atmosfera. Parte desta radiação dispersa perde-se no espaço exterior, mas alguma ainda consegue atingir a superfície do globo. A radiação solar que atinge indirectamente o globo chama-se radiação difusa.
A radiação total proveniente do Sol que atinge a superfície do globo consiste, portanto, em radiação directa e radiação difusa e é conhecida por radiação solar global.

A radiação terrestre.  A radiação de pequeno comprimento de onda proveniente do Sol, que é absorvida pela superfície do globo, converte-se em energia calorifica. A temperatura média junto à superfície do globo é de cerca de 15º C. Este valor é, evidentemente, muito inferior ao da temperatura da fotosfera solar, que é de cerca de 6000º C. Em resultado deste facto, o globo terrestre emite radiação de grande comprimento de onda, principalmente entre 4,0m e 80m (1m=10-6 m). Esta radiação é conhecida por radiação terrestre.
É no comprimento de onda de aproximadamente 10m que o globo irradia energia mais intensamente. Esta radiação é, portanto, mais de tipo infravermelho do que visível. Deste modo, difere da radiação solar cujo máximo de intensidade se encontra a cerca de 0,5m, na região da radiação visível.
As substâncias que só absorvem pequenas quantidades de radiação solar tornam-se bons absorventes e emissores da radiação de grande comprimento de onda da Terra. Cada gás atmosférico é um absorvente selectivo da radiação terrestre. Absorve alguns comprimentos de onda, mas é transparente em relação a outros. Por exemplo, o ozono absorve a radiação ultravioleta.
O vapor de água e o dióxido de carbono são importantes absorventes da radiação terrestre.  Entre eles absorvem a maior parte dos comprimentos de onda da radiação de grande comprimento de onda da Terra. No entanto, a radiação terrestre pode atravessar o vapor de água e o dióxido de carbono nos comprimentos de onda compreendidos entre cerca de 8m e l3m. É a chamada "janela atmosférica".
Quando se verifica a presença de nuvens, estas são absorventes ainda mais eficientes da radiação de grande comprimento de onda. Reflectem quantidades desprezáveis de radiação terrestre em contraste com a sua apreciável capacidade de reflexão da radiação solar.
A absorção da radiação terrestre aquece o vapor de água, o dióxido de carbono e as nuvens da atmosfera. Em resultado desse aquecimento aquelas substâncias emitem, elas próprias, radiação de grande comprimento de onda. Parte desta energia é devolvida á superfície do globo que, portanto, recebe tanto a radiação de pequeno comprimento de onda proveniente do Sol, como a radiação de grande comprimento de onda proveniente da atmosfera.
Quando o céu não está encoberto, parte da radiação terrestre escapa-se pela "janela da atmosfera". No entanto, quando o céu está nublado, parte da radiação de grande comprimento de onda é absorvida pelo vapor de água e pelas nuvens, retransmitida para o espaço exterior e para a camada atmosférica sob as nuvens, criando assim o "efeito de estufa".
Durante a noite cessa a recepção de radiação solar, mas os outros processos continuam.  Há, portanto, uma perda de energia para o espaço durante a noite, em contraste com o nítido ganho que se verifica durante o dia.

Outros processos de troca de energia. A troca de calor entre a superfície do globo e a atmosfera não ocorre somente através da radiação. Estão também envolvidos os processos de condução e de convecção.
No processo de condução o calor passa de um corpo mais quente para outro mais frio, sem que haja transferência de matéria. Os choques moleculares que se produzem quando as moléculas de movimentos mais rápidos, que se encontram a uma temperatura mais elevada, colidem com as moléculas mais lentas, que se encontram a uma temperatura mais baixa, traduzem-se por uma aceleração destas últimas.
Os gases são maus condutores de calor. Por isso, a condução só é importante na transferência de calor para camadas de ar extremamente finas, que estejam em contacto directo com a superfície terrestre. Estas camadas têm geralmente poucos centímetros de espessura e, acima delas, a transferência de calor por condução é desprezável.
A convecção é o processo mais importante de transferência de energia calorífica na atmosfera. Neste processo, é o próprio corpo portador de calor que se desloca de um local para outro. Devido ao aquecimento da atmosfera, geram-se nela diferenças de pressão. Como consequência, o ar quente é obrigado a subir e o ar frio desce para o substituir. Ocorrem, portanto, correntes de convecção e o ar mistura-se completamente.
Os meteorologistas fazem uma distinção entre o calor sensível, isto é, que pode ser sentido, em contraste com o calor latente, que não pode ser directamente sentido. O calor latente ou "calor escondido" é o calor acrescentado a uma substância, quando esta passa do estado sólido ao líquido ou do líquido ao gasoso, sem alteração de temperatura.
As correntes de convecção da atmosfera não se limitam a transportar calor sensível para altitudes elevadas, também transferem para essas altitudes o calor latente armazenado no vapor de água. Este calor latente entra na atmosfera quando a água se evapora da superfície do globo e é libertado, mais tarde, nas camadas superiores quando o vapor de água se condensa, formando nuvens.

O balanço energético da atmosfera. Tal como já foi referido, temperatura média junto à superfície do globo é de cerca de l5º C, valor que tem permanecido sensivelmente constante durante os últimos séculos. A Terra está, portanto, em estado de equilíbrio radiativo, emitindo a mesma quantidade de energia que recebe. Em média, a percentagem de radiação solar recebida pela Terra, que é absorvida pelo globo e pela atmosfera, é de cerca de 65%. Esta radiação absorvida converte-se em energia calorífica e a temperatura da superfície terrestre e da atmosfera aumenta.
Contudo, este equilíbrio radiativo não é uniforme ao longo de toda a superfície do globo.  Na faixa latitudinal tropical a radiação solar absorvida é superior à radiação emitida de grande c.d.o (comprimento de onda). Perto dos 35º, de cada hemisfério, há balanço radiativo. Nas latitudes médias e altas a radiação de grande c.d.o. emitida é superior à radiação de pequeno c.d.o. absorvida.
Os meteorologistas calcularam a evolução que se verificaria nas temperaturas, se fosse atingido o equilíbrio radiativo em cada latitude, sem haver troca de calor entre as diferentes latitudes. Surgiria um grande gradiente térmico meridional (do equador ao polo). Na realidade, o gradiente meridional médio que efectivamente se observa é muito menor, devido ao facto de o calor ser transportado das latitudes mais baixas para as mais elevadas, ao longo dos círculos de latitude. Tanto a atmosfera como os oceanos estão envolvidos neste transporte de energia.
Esta transferência meridional de energia é auxiliada pela acção de remoinhos de grande escala (ex.: centros de baixas pressões), que se desenvolveram nas regiões em que se verificam acentuados gradientes térmicos horizontais. Tal como a Atmosfera também as correntes marítimas transportam energia das regiões tropicais para as polares.

Diferenças de temperatura entre as superfícies continentais e marítimas. A subida de temperatura da superfície do globo, quando absorve radiação, varia. Depende em parte da distância a que a calor penetra e do calor específico da substância.
O calor específico de uma substância é a quantidade de calor necessária para fazer subir de 1º C a temperatura da unidade de massa dessa substância. Com excepção do hidrogénio, a água é a substância que tem calor especifico mais elevado. É necessária uma quantidade relativamente grande de energia calorífica para elevar de 1º C a temperatura da unidade de massa da água.
A areia absorve, conforme a sua cor, diferentes quantidades de radiação. Tem um calor específico baixo e, assim, a sua temperatura sobe rapidamente quando é aquecida. Além disso, é má condutora e só uma fina camada de areia absorve a radiação. Como resultado deste facto, a temperatura da superfície da areia sobe rapidamente durante o dia. Durante a noite deixa de receber radiação solar e perde calor por irradiação. Vai, portanto, arrefecendo durante a noite. As superfícies de areia estão assim, sujeitas a grandes amplitudes térmicas entre o dia e a noite.  Verificam-se efeitos semelhantes quando, por exemplo, a insolação incide sobre superfícies de rocha ou outras superfícies compostas de substâncias idênticas.
A água absorve uma grande percentagem da radiação recebida quando o Sol está alto no céu. No entanto, tem um calor específico alto e, por isso, a sua temperatura sobe lentamente.  Parte da radiação penetra na água até uma profundidade de vários metros, enquanto a mistura das camadas superficiais tende a espalhar quaisquer alterações da temperatura através de uma profundidade considerável. Além disso, parte da energia calorifica recebida pela água converte-se em calor latente durante o processo de evaporação.
A temperatura do mar não sobe, portanto, durante o dia, com tanta rapidez como a da terra.  Á noite deixa de ser recebida radiação e perde-se calor por irradiação. No entanto há, geralmente, uma grande quantidade de energia calorífica acumulada abaixo da superfície da água, pelo que se verifica uma alteração muito pequena na sua temperatura. A variação de temperatura das superfícies marítimas entre o dia e a noite é, pois, muito pequena.
A temperatura da superfície do globo afecta indirectamente a temperatura dos gases da atmosfera. Na nossa vida diária preocupamo-nos com a temperatura do ar, aspecto que iremos considerar nas alíneas seguintes.  
Temperatura do ar e sua determinação. O conceito de temperatura baseava-se inicialmente na sensação. Considerava-se que um objecto estava quente ou frio de acordo com a sensação que ele produzia ao tacto.
A temperatura é a energia cinética média dos átomos molécula e iões que compõem a matéria ou, por outras palavras, é a condição que determina a sua capacidade de transferir calor para outros corpos ou de o receber deles. Num sistema de dois corpos, diz-se que aquele que perde calor em favor do outro está a uma temperatura superior.
Com o avanço do método científico tornaram-se necessárias as determinações rigorosas da temperatura. Compreendeu-se que quando a temperatura de um objecto aumentava, se verificavam certas alterações físicas. Por exemplo, a dilatação de sólidos, líquidos e gases.  Ocorriam também mudanças de estado, os sólidos fundiam e os líquidos ferviam.
Um termómetro é um instrumento destinado a determinar a temperatura. Nos termómetros são utilizadas muitas propriedades físicas da matéria, tais como a dilatação dos sólidos, líquidos e gases e a alteração da resistência eléctrica com a temperatura.
Os instrumentos utilizados na determinação de temperaturas elevadas chamam-se pirómetros. Por exemplo, os pirómetros de radiação dependem da radiação calorifica emitida por um corpo quente. Têm a vantagem de não estar em contacto directo com o corpo quente, cuja temperatura se está a "medir".
Deve, no entanto, compreender-se que a temperatura não tem dimensões e não pode ser medida da mesma maneira que, por exemplo, o comprimento. Assim, quando um objecto tem 15 cm de comprimento, podemos colocar ao seu lado 15 unidades de comprimento, entre uma extremidade e a outra. No caso da temperatura não há unidades para a avaliar. Definimos simplesmente dois pontos fixos, cuja temperatura pode ser reproduzida sob a forma de condições definidas de certas substâncias. São então atribuídos números às temperaturas destes pontos fixos e, assim, estabelece-se um número determinado de divisões entre os dois pontos da escala de temperatura.
Podemos, portanto, falar de divisões de temperatura e não de unidades. Assim, 20º C não é o dobro da temperatura de l0º C; l0º C e 20º C correspondem à décima e à vigésima divisões da escala de cem divisões entre os pontos fixos correspondentes a 0º C e 100º C.

Escalas e conversões de escalas de temperatura Celsius e Fahrenheit. As escalas práticas de temperatura baseiam-se em pontos fixos. Estes representam temperaturas constantes e facilmente reproduzíveis. O ponto de fusão do gelo e o ponto de ebulição da água são dois pontos fixosinternacionalmente aceites.
O ponto de fusão do gelo é a temperatura a que se verifica a fusão do gelo puro à pressão de uma atmosfera normal ou padrão. Esta pressão é a que suporta uma coluna de mercúrio com 76 cm de altura e é igual a 1013,25 hPa ou 29,92 inch (polegadas de mercúrio).
O ponto de ebulição da água é a temperatura a que a água pura ferve, quando sujeita a uma pressão externa de uma atmosfera padrão.
Há duas escalas de temperatura que são normalmente utilizadas pelo público em geral.  Uma é a escala Celsius ou centígrado (por resolução internacional deve usar-se a designação de escala Celsius, em homenagem ao autor, Anders CELSIUS, astrónomo sueco) em que o ponto de congelação é 0º C e o ponto de ebulição é 100º C. A outra é a escala Fahrenheit. Nesta escala o ponto de congelação corresponde a 32º F e o ponto de ebulição a 212º F.
Note-se que na escala Fahrenheit há 180 divisões entre o ponto de congelação e o ponto de ebulição, enquanto na escala Celsius há 100. Assim, cada divisão da escala Celsius corresponde a 180/100 ou 9/5 de uma divisão da escala Fahrenheit.
O número atribuído ao ponto de congelação na escala Fahrenheit é também 32 vezes superior ao da escala Celsius.

Conversões de escalas de temperatura. Para converter uma temperatura Celsius no valor correspondente da escala Fahrenheit podemos, então, aplicar a seguinte formula:

F = 9/5 C + 32                                                                                                          

Em que F corresponde à temperatura em graus Fahrenheit, e C à temperatura em graus Celsius.
Por exemplo, para obter o valor Fahrenheit equivalente a 20º C, faz-se a substituição na equação:
F = 9/5 (20) + 32 = 36 + 32  68
O que indica que 20º C e 68º F são temperaturas idênticas.

Quando se pretende converter uma temperatura Fahrenheit no valor correspondente da escala Celsius, escreve-se a equação inicial do seguinte modo:
(F - 32) = 9/5 C             ……...          C=5/9 (F-32)                                                                                                              

Por exemplo, suponhamos que a temperatura é 95º F. Aplica-se então a fórmula:
C = 5/9 (95 - 32) = 5/9 (63) = 35

O que indica que, 95º F equivale a 35º C.

Escala Kelvin de temperatura. Em trabalhos científicos usa-se frequentemente a escala Kelvin de temperatura, que está relacionada com a escala Celsius pela seguinte formula:

K = 273,l5 + C                                                                                              
Em que K, corresponde à temperatura em graus Kelvin. Por exemplo, 20º C é equivalente a 293,15º K.
A escala Kelvin é muitas vezes indicada como sendo a escala absoluta de temperatura.
O ponto fixo fundamental da escala Kelvin é o ponto triplo da água pura. Este ponto é a temperatura a que se verifica a ocorrência, em equilíbrio, dos estados sólido, liquido e gasoso da água pura. É-lhe atribuída a temperatura de 273,l6K e é, portanto, 0,01º K superior ao ponto de congelação.

Temperatura do ar à superfície. Para efeitos de meteorologia, a temperatura atmosférica à superfície refere-se ao ar livre a uma altura compreendida entre 1,25 m e 2 m acima do nível do solo.
Em geral considera-se esta temperatura representativa das condições experimentadas pelos seres humanos que vivem à superfície do globo terrestre.

Determinação da temperatura do ar.  Um termómetro (ou termógrafo) indica a temperatura a que se encontra o seu elemento aquecido. Esta temperatura pode ser diferente da do ar, cuja temperatura se pretende determinar. Por exemplo, o calor radiante atravessa o ar sem lhe afectar a temperatura, mas é absorvido pela substância do termómetro.
          É também essencial assegurar que o ar ao atingir o termómetro se encontre à mesma temperatura do ar cuja temperatura se pretende determinar. O ar pode ser aquecido por contacto, imediatamente antes de atingir o termómetro, obtendo-se então uma leitura errada.
          Para darem uma indicação correcta da temperatura atmosférica, os termómetros devem estar protegidos da radiação solar e celeste e de quaisquer objectos circunstantes. Ao mesmo tempo, devem ser convenientemente ventilados a fim de indicarem a temperatura do ar livre.
                 Há dois sistemas de protecção geralmente utilizados, que são:

· Abrigo meteorológico com persianas.
· Protecções de metal polido com ventilação forçada.

Em qualquer dos casos, o equipamento deve estar instalado numa posição, que permita assegurar que as determinações correspondam à temperatura do ar livre que circula no local. A temperatura não deve ser influenciada por condições artificiais, tais como grandes edifícios e extensões de cimento ou alcatrão.
Tanto quanto possível, o solo por baixo dos instrumentos deve ser coberto de relva curta ou, nos locais em que esta não cresce, deve ser a superfície natural do terreno da região.

Variação diurna da temperatura do ar à superfície. Ao longo de cada dia, as alterações da temperatura são muito menos marcadas sobre os oceanos do que em terra. A variação diurna da água à superfície do mar é geralmente inferior a 1º C e a temperatura atmosférica junto à superfície da água é igualmente estável, em condições de calma.
Em contrapartida, nas regiões desérticas do interior dos continentes, as temperaturas atmosféricas à superfície podem variar de 20º C entre o dia e a noite. Junto à costa, no entanto, a variação diurna da temperatura do ar depende em grande parte da direcção do vento, sendo grande quando este sopra de terra e pequena quando este sopra do mar. As brisas locais, terrestres e marítimas, tendem também a reduzir a amplitude de variação da temperatura.
Em geral, a variação diurna da temperatura atmosférica à superfície tende a atingir o máximo quando predominam as condições de calma. Quando há vento, ocorre uma mistura do ar numa camada de maior espessura. O aumento de calor verificado durante o dia e a perda à noite são então distribuídos por uma maior quantidade de moléculas dos gases atmosféricos. Resulta deste facto, que a amplitude da variação térmica diurna pode ser reduzida, quando há vento.
A nebulosidade reduz a amplitude da variação térmica diurna em qualquer local. Durante o dia as nuvens só absorvem ou transmitem pequenas quantidades da radiação solar. A maior parte é reflectida para o espaço exterior e não atinge a superfície terrestre.
A noite, pelo contrário, as nuvens absorvem a radiação de grande comprimento de onda emitida pela superfície do globo e voltam a irradiar a maior parte desta energia calorifica para a superfície. Deste modo, actuam como uma “capa” que conserva a superfície do globo quente. A variação diurna da temperatura do ar à superfície é, assim, relativamente pequena, quando existe nebulosidade.
A amplitude de variação da temperatura do ar à superfície é afectada pelo tipo de superfície e pela capacidade das substâncias subjacentes de conduzir o calor de ou para a superfície. No entanto, a natureza do terreno vizinho é também importante, porque a temperatura num dado local pode ser afectada pelo fluxo de ar quente ou frio, proveniente de regiões adjacentes.
Os efeitos das regiões circundantes são evidentes nas grandes cidades. Em noites calmas e de céu limpo a temperatura no centro de uma cidade pode ser 5º C mais elevada do que a que se verifica junto à periferia. As temperaturas durante o dia são afectadas pelo calor gerado pelas actividades existentes, quer nos edifícios das cidades, quer nas suas ruas onde é intensa a circulação de viaturas e pessoas.

Variação da temperatura com a altitude.  Anteriormente, foi referido que, em geral, a temperatura diminui com a altitude na troposfera. A taxa de diminuição da temperatura com a altitude chama-se gradiente térmico vertical. Em média o gradiente térmico vertical na troposfera é de cerca de 6º C por Km o que significa que, se a temperatura ao nível médio das águas do mar for de 15º C, diminuirá até um valor de cerca de -15º C a 5 Km (isto é, uma diminuição de 30º C).
Nos níveis inferiores da estratosfera a temperatura por vezes não se altera com a altitude, Nesse caso, o gradiente térmico é igual a zero e diz-se que a atmosfera, nessas regiões, é isotérmica ("com temperatura constante").
Em algumas camadas da atmosfera a temperatura aumenta com a altitude, diz-se então que há um gradiente térmico vertical negativo. Recordemos que um gradiente térmico negativo corresponde a uma subida da temperatura com a altitude. Por exemplo, suponhamos que a temperatura aumenta 2º C por cada quilómetro de altitude, então o gradiente térmico é de -2º C por Km.
Quando a temperatura aumenta na vertical, com a altitude, ao longo de uma certa distância diz-se que ocorre uma inversão da temperatura, isto é, a variação normal da temperatura na troposfera inverteu-se.
Estas variações da temperatura com a altitude, referidas atrás, possuem diferentes causas, que serão objecto de estudo nos parágrafos seguintes.

Inversões de temperatura. A temperatura da atmosfera decresce normalmente com a altitude na troposfera, tal como já foi referido. No entanto, em certas camadas, a temperatura por vezes aumenta com a altitude. Este fenómeno é designado por inversão de temperatura. Por vezes pode ocorrer uma inversão a partir do nível do solo, que é conhecida por inversão à superfície. Noutras ocasiões há uma inversão numa camada a uma certa altitude e chama-se-lhe inversão em altitude. A figura ilustra estes dois efeitos. O ponto A é a base da inversão e o ponto B representa o topo. No caso da inversão à superfície, a base encontra-se ao nível do solo. 
 
                                                                                                
Inversões de radiação. A noite, a superfície do globo arrefece por radiação. Se este arrefecimento se prolongar por tempo suficiente, o ar junto á superfície do globo torna-se mais frio do que as camadas sobrejacentes. Gera-se então uma inversão à superfície (ver Fig. anterior esquerda). Com condições de  vento calmo ou fraco, o arrefecimento estende-se até uma altura relativamente pequena, donde resulta uma inversão de pouca espessura. Mas se a temperatura à superfície for muito baixa a inversão torna-se mais acentuada.
As inversões de radiação ocorrem em noites sem nuvens e com pouco vento. Pode então formar-se nevoeiro matinal (nevoeiro de radiação), se o ar contiver humidade suficiente.
Em certas situações pode formar-se geada. Nestes casos o ar está pouco húmido e a radiação pode ocorrer mais rapidamente, produzindo uma diminuição da temperatura à superfície, especialmente nas regiões do interior, depois de uma longa noite de Inverno sem nuvens.
Também se verifica radiação a partir dos topos das nuvens à noite. Deste modo pode produzir-se uma inversão de radiação na atmosfera, bastante acima da superfície do globo, isto é, em altitude.

Inversões de turbulência. A turbulência contribui muitas vezes para a ocorrência de inversões. Quando se prolonga por tempo suficiente, verifica-se uma mistura completa do ar nas camadas onde existe turbulência.
Assim, a turbulência mecânica (turbulência provocada pelos edifícios montes, montanhas, etc. no escoamento laminar do ar (Vento)) pode obrigar o ar frio da base de uma inversão à superfície a ser transportado para altitudes superiores. O arrefecimento produzido por radiação pode, portanto, estender-se através de uma camada mais espessa de ar. O topo da inversão fica, assim, situado a um nível mais elevado.
Por outro lado, quando o vento é mais forte, a turbulência pode ser ainda maior. A mistura obriga então o ar mais frio a estender-se através de uma camada muito mais espessa. Como resultado deste facto, a diminuição de temperatura é pequena e, assim, não se verifica a ocorrência de inversão. Isto indica que a força do vento e a consequente turbulência não devem ultrapassar certos limites, para que se possa formar uma profunda inversão à superfície.
A turbulência pode, por vezes, produzir uma inversão em altitude. Nas camadas turbulentas o ar é obrigado a descer e é aquecido por compressão adiabática. Ao mesmo tempo, o ar dos níveis inferiores é elevado e arrefece devido a expansão adiabática, depois de algum tempo, todo o ar da camada turbulenta terá sofrido expansão e compressão adiabáticas, neste processo de mistura. Formar-se-á um gradiente adiabático no interior desta camada, o ar da base ficará mais quente do que anteriormente, enquanto o do topo ficará mais frio.
Acima da camada turbulenta, a temperatura não será afectada pelo arrefecimento adiabático (arrefecimento provocado pela subida do ar, conjugado com a diminuição da pressão)produzindo-se portanto, uma inversão de turbulência.

Inversões de subsidência. Em certas regiões da atmosfera pode haver descida de camadas inteiras de ar, com muitas centenas de metros de espessura. Este processo pode ocorrer numa área vasta e é conhecido por subsidência, este efeito está associado à divergência horizontal de massa. Muitas vezes verifica-se a ocorrência de convergência na troposfera superior, ao mesmo tempo que a divergência ocorre à superfície do globo. A figura seguinte mostra como a subsistência pode resultar destes processos. Á medida que uma parte do ar à superfície do globo se continua a deslocar, é substituída por ar que desce. A níveis mais elevados, abaixo da tropopausa, o ar tem um movimento de convergência, antes de descer para níveis inferiores. A velocidade vertical descendente atinge o máximo sensivelmente a meio da troposfera.
O ar subsidente aquece, devido ao facto de sofrer uma compressão adiabática, ao atingir as regiões de pressão mais elevada junto à superfície do globo. Quando a subsidência (descida do ar, provocando um aumento da temperatura - adiabático-) do topo é superior à da base, também a sua temperatura fica superior, neste caso, forma-se uma inversão de subsidência.
A subsidência encontra-se associada a áreas de altas pressões (anticiclones). A convergência em altitude contribui para o aumento da pressão à superfície do globo.
  Inversões frontais. Designa-se por superfície frontal, a "zona de separação" entre duas massas de ar com características termodinâmicas diferentes. Assim, quando o ar quente é forçado a subir sobre o ar frio na vizinhança de uma superfície frontal, estão realizadas as condições necessárias para a formação de uma inversão. Esta é conhecida por inversão frontal. Deve,  mencionar-se que, numa inversão frontal, a uma subida de temperatura se junta por vezes um aumento do conteúdo de vapor de água. Deste modo, a inversão frontal pode diferir de outros tipos de inversões, em que a subida de temperatura é geralmente acompanhada de uma rápida diminuição do conteúdo de humidade.
Hubert Land & Steven van Breemen  defendem na sua teoria, sobre inversões, que estas são extremamente prejudiciais à orientação dos pombos correio quando se encontram debaixo de um fenómeno deste tipo. Adiantam ainda que os raios ultravioleta, necessários à navegação dos pombos são reflectidos/difundidos pela inversão causando desorientação, levando a que os pombos tendam a seguir os ventos dominantes até sair da inversão.

OS ELEMENTOS METEOROLÓGICOS E O VOO DO POMBO CORREIO



Durante o ano de 2003 a Federação Portuguesa de Columbofilia, colocou ao dispor das Associações Distritais um novo apoio. O apoio Meteorológico directo e personalizado, em que os coordenadores tiveram, dentro do que era possível para uma primeira experiência, o apoio diário às soltas, tendo sido fornecido, quer a informação meteorológica disponível dos diversos locais da Península Ibérica quer a previsão, local a local e em rota. E digo possível porque a grande maioria da informação meteorológica só se obtém, cerca das sete horas e quinze minutos locais, durante o Verão e cerca das seis e quinze na hora de Inverno. Além disso é muito dispersa, pelo que só a experiência e o conhecimento cientifico podem ajudar a extrapolação dos diversos elementos meteorológicos. Para uma experiência deste tipo, o ano de 2003 e a columbofilia Nacional ficaram efectivamente marcados pelo pioneirismo a nível Mundial.
Antecedeu todo este projecto uma primeira abordagem à meteorologia onde se efectuaram diversas acções de formação. Tentou-se fazer uma aproximação à meteorologia, sob o ponto de vista columbófilo, ensinando, aprendendo e trocando experiências, de modo a compreender a interacção dos elementos meteorológicos e o voo do Pombo correio.
Todo o trabalho efectuado deu forma a um conhecimento que agora se coloca sob a forma de escrita, continuando essa vontade de transmitir saberes que consigam, em cada dia, levar mais alto o nosso desporto quer a nível nacional quer a nível internacional.
Trago neste artigo, os elementos meteorológicos que influenciam e o modo como é benéfico ou prejudicial ao voo do Pombo correio. Para isso foram integrados o conhecimento meteorológico, a experiência e registos de vários columbófilos o conhecimento adquirido, com a experiência do apoio meteorológico efectuado à columbofilia em 2003, as informações e pareceres de vários coordenadores e delegados de solta. 

O VENTO.
O vento é sem qualquer dúvida, o primeiro factor que determina a velocidade do regresso dos pombos a casa. A velocidade do regresso ao pombal resulta da soma vectorial da sua velocidade e da velocidade do vento. Os melhores pombos compensam o arrastamento provocado pelo vento fazendo uma rota próxima da linha recta entre o local de solta e o pombal, compensando a “deriva” do vento, ou seja o empurrar para fora dessa linha recta. Assim, aqueles que voam obliquamente em relação à direcção do vento,  seguem uma trajectória que é a linha recta que liga o ponto de partida (local da largada) ao pombal. Daí que por vezes se diga “que vem da linha” ou por outro lado “que se passou”. Estes são termos usualmente utilizados para diferenciar os que fazem a compensação à intensidade e direcção do vento e os que não a fazem e se deixam arrastar.
A velocidade de um Pombo correio, sem vento, varia sensivelmente, entre os 70 e os 80 km/h. Assim, qualquer intensidade de vento aumenta ou reduz esta velocidade, dependendo apenas do seu sentido.
A direcção e a velocidade do vento diferem com a altitude. Regra geral, a velocidade do vento aumenta com a altitude, – desde que o ar arrefeça na vertical – mas esse aumento é muito variável.
Por vezes a diferença é mínima, mas a velocidade do vento pode igualmente duplicar logo que se atinja os 300 metros de altura. Os Pombos correio que voam acima de 300 metros são raros; a maior parte do tempo voam mais baixo. Mas aqueles que, no momento certo, ganham altitude encontram no vento de “rabo” uma enorme vantagem. Esta pode ser uma explicação para os grandes avanços que certos vencedores têm em relação aos seus concorrentes. Normalmente quanto mais baixa é a altitude, mais fraca é a velocidade do vento. Isto deve-se à fricção entre o ar em movimento e a superfície do solo. Com o vento contrário, o pombo “abriga-se” e aproveita as variações da intensidade do vento voando junto ao solo, por vezes a menos de um metro do chão, aproveitando deste modo o impulso ascendente favorável provocado pelo remoinho resultante do escoamento laminar do vento. Isto é perigoso por causa dos obstáculos: antenas, fios eléctricos e vedações, etc., e é necessário que o pombo possua uma grande perícia e uma grande preparação para este tipo de voo, uma aptidão excepcional em girar e reflexos rápidos. Nem todos os pombos o podem ou conseguem fazer ao mesmo nível.
Os ventos cruzados exigem mais compensação do desvio. Há estudos em que os melhores pombos adaptam efectivamente a sua “cabeça” para reentrar em linha recta, da maneira mais eficaz. Um vento cruzado juntamente com a chuva torna a navegação mais difícil. Há menos pombos a navegar correctamente e a duração do voo é prolongada. Um vento cruzado tem uma influência mais nefasta nos borrachos que nos “velhos”. A eficácia da navegação é nestes casos inversamente proporcional à idade do pombo. 
Mesmo a uma altitude muito baixa, com menos vento cruzado ou contrário, os melhores pombos compensam o desvio do vento.
Quando existe vento de “bico” o voo torna-se mais lento, mas não resulta necessariamente num mau voo. O vento não deve ser duma força tal que as dificuldades em ultrapassa-lo, ultrapassem as possibilidades físicas do pombo. Um vento de frente com mais de 50 km/h com rajadas ainda mais fortes, age não só no abrandamento, mas também desmoraliza o pombo. Só por si este elemento com estes valores é a razão de muitas percas. Vento de frente de 20 a 30 Km/h ou mais, no fim do voo, não só é extremamente fatigante, mas é também muito desmoralizante. Por conseguinte, muitos pombos abandonam o voo directo, pousam e regressam no final do dia ou nos dias seguintes.
Os ventos de “rabo” aumentam a velocidade e são sempre uma influência favorável. Há apenas que ter em conta que os pombos jovens passam mais facilmente, por vezes com outros, ao largo do seu pombal. Saliente-se ainda que ventos de “rabo” cruzado com mais de 60/70 km/h podem ser causadores de muitas percas devido à deriva, pois passado o pombal têm que voltar para trás com vento de “bico”, o que além de desmoralizante é extremamente fatigante. 
Os ventos fracos e variáveis tornam o voo mais lento mas não resultam num mau voo. Aparentemente eles tornam a navegação mais difícil. A influência negativa desses ventos é mais elevada sobre os borrachos. Em certos casos estima-se que haja uma diminuição na velocidade de regresso na ordem dos 10%. O abrandamento é ainda mais pronunciado quando um vento fraco variável está associado a altas temperaturas de 30 a 35º C.
   Um abrandamento significativo observa-se logo que o vento fraco variável é seguido, por exemplo, de um vento cruzado com um pouco de chuva. Assim num concurso de fundo com estas condições, os melhores pombos chegam no limite das suas forças. 

Pode-se dizer que:
  1. Os ventos de “Rabo” são sempre favoráveis. Saliente-se que ventos fortes com mais de 60 km/h poderão causar arrastamentos preocupantes; 
  2. Os ventos com componente de frente, abrandam sempre o voo em função da sua velocidade e do seu ângulo de incidência. Uma velocidade elevada do vento pode ultrapassar as possibilidades físicas dos pombos. Velocidades de vento de “bico” acima de 60 km/h são muito difíceis para os pombos e tornam-se desastrosas se acompanhadas de rajadas;
  3. Os ventos cruzados causam desvios, o que dá origem a que os pombos adoptem uma rota de regresso ao seu pombal seguindo uma trajectória mais ou menos arqueada. Só os melhores pombos a navegar chegam em linha recta, compensando, deste modo, o desvio do vento; 
  4. Os ventos fracos e variáveis têm influência negativa na navegação pelo que abrandam o voo. 


NUVENS E PRECIPITAÇÃO.
As nuvens são partículas de água em suspensão na atmosfera,  pelo que podem afectar o voo. Como foi referido o voo dos pombos raramente excede os trezentos metros de altura. Assim sendo, voam normalmente por baixo das nuvens. As nuvens baixas que mais dificultam o regresso dos pombos são os cumulonimbos (cb) e os estratos (st). Os estratos trazem problemas em serem transpostos porque reduzem a visibilidade e dificultam o voo com a humidade que transmitem às penas através da precipitação do tipo chuvisco, vulgo chuva molha tolos. Os Cumulonimbos dificultam o voo pela carga electromagnética envolvente, pela escuridão que apresentam, pela precipitação que lhe normalmente está associada e pelas variações bruscas quer na direcção quer na intensidade do vento. A este tipo de nuvens se deve o fenómeno de trovoada e a precipitação na forma de Aguaceiro e Granizo. 
Quanto mais longa for a prova e mais perto do local de partida se verificar qualquer destes fenómenos, mais gravoso se torna o regresso dos pombos a casa, porque normalmente despendem muitas energias para o contornar ou ultrapassar.
A chuva, independentemente da sua forma, retarda sempre o voo, o que faz com que um voo debaixo de chuva resulte ou não, é a direcção e força do vento. 
Excluindo o factor vento, pode-se dizer que a velocidade dos pombos diminuirá de mais ou menos 75 km/h até mais ou menos 60 km/h logo que os pombos encontrem chuva. A precipitação aumenta a gravidade na influência negativa no voo dos pombos quando se trata de grandes distâncias. Em Portugal a existência de chuva é quase sempre prejudicial para os distritos que voam para Sul e SW, porque normalmente existe vento contrário ao voo. Do mesmo modo os distritos que voam para NW e N regra geral não têm problemas porque as dificuldades são compensadas com o vento favorável. Saliente-se que os Distritos a Norte habitualmente têm problemas em Junho devido aos estratos baixos com chuvisco associado, que se formam entre Coimbra, Viseu e Aveiro e que impedem os pombos de passar para norte tendo que contornar o fenómeno por Espanha ou pelo mar. Os distritos que voam para Oeste têm forçosamente que analisar, prova a prova a vantagem ou desvantagem do vento aquando a existência de chuva. A chuva incessante, combinada com humidade relativa elevada durante o segundo dia de um voo de fundo difícil, pode ser desastrosa. O Granizo e/ou Saraiva pode por vezes levar as aves ao solo e podem mesmo matá-las. (Hochbaun 1955; Roth, 1976). É evidente que o Granizo pode ferir os pombos e por consequência, é preciso evitar fazê-los voar durante estas tempestades. Em espacial as tempestades que são acompanhadas por fortes aguaceiros. Em geral os pombos contornam as tempestades locais (pequena dimensão), mas zonas extensas, como as das imagens, são difíceis de contornar pelo que se tornam perigosas, ou mesmo desastrosas .

Pode-se então dizer que:
  1. A chuva, só por si, causa sempre diminuição da velocidade; 
  2. O tempo em que se efectua a classificação aumenta; 
  3. A chuva combinada com vento de “rabo” maior ou igual a 20 km/h pode permitir um resultado favorável mesmo que a humidade relativa seja elevada e a precipitação for fraca;
  4. A chuva combinada com vento cruzado de frente e humidade relativa elevada é muito prejudicial;
  5. A chuva combinada com vento de frente superior a 50 Km/h é desastrosa;
  6. A chuva é desastrosa para os pombos fatigados, especialmente para provas de segundo dia;
  7. Sabe-se que a chuva sob as mais diversas formas é prejudicial. No entanto, nunca é demais realçar que a precipitação associada a células cumuliformes de grande extensão são extremamente prejudiciais ao voo. Daí ser importante a localização das tempestades porque elas podem ser fonte de rajadas de vento, de linhas de tempo muito activas e de Granizo;
  8. A Neve deve ser evitada pelas mais diversas razões; 
  9. Não se deve soltar pombos imediatamente à paragem da chuva. Deve-se aguardar 20 a 30 minutos para que a humidade relativa baixe e certificarmo-nos da não continuação da precipitação.
TEMPERATURA E HUMIDADE.
Estes dois factores, normalmente são inversamente proporcionais. Ou seja quando um aumenta o outro diminui. No entanto em certas circunstâncias a conjugação destes dois valores muito elevados pode ser causa de situações desastrosas, quer no transporte quer mesmo em prova. Observando um índice de conforto para os seres humanos poderemos tirar algumas conclusões.
Os pombos criados em Portugal, devido ao seu habitat, conseguem suportar temperaturas mais elevadas que os seus congéneres dos países do centro da Europa.
Os valores indicados na Tabela, são valores meramente indicativos, pois a prova começa efectivamente com o encestamento e não com a solta. Quero dizer que se no dia da prova a temperatura for elevada mas no dia do encestamento e transporte até ao local for baixa, estes valores perdem por completo qualquer significado. O mesmo acontece com o inverso do exemplo apresentado. Ou seja, estes valores valem pela continuidade e não pela variação.

Tem-se verificado que:
  1. As temperaturas entre 5º C e 15º C, nos meses de Janeiro a Março podem trazer alguns problemas pela dificuldade que provocam ao voo. O ar é normalmente mais ”pesado” nestes meses. Esta situação deve ser compensada com soltas com sol alto. Ou seja, deve-se aguardar pelo aumento da temperatura implicando quer a “diminuição da densidade do ar” quer a “diminuição da humidade”;
  2. As temperaturas entre 15º C e 27º C são temperaturas óptimas para o voo;
  3. As temperaturas entre 28º C e 35º C são as temperaturas que exigem maior atenção pois podem trazer problemas ao voo dos pombos. Qualquer pequena variação pode alterar os valores. Ou seja, excesso de lotação, viajar e carregar cestos nos períodos da temperatura máxima com valores acima de 30º C, viajar mais de 8/10 horas consecutivas sem abeberar e renovação de ar insuficiente. Situações deste tipo podem fazer desidratar os pombos antes de entrarem em competição. Estas temperaturas são habituais entre finais de Abril e princípios de Julho, daí ser de extrema importância a conjugação encestamento / transporte / abeberamento;
  4. Experiências efectuadas por alguns distritos nos últimos anos, levam a concluir que encestamentos rápidos, transportes efectuados durante a noite e abeberamentos sempre que o transporte se preveja superior a 8 horas, salvaguarda os perigos atrás descritos. Este mesmo distritos adiantam a importância do transporte de água nos camiões, pois não existe derrame de água desde o local do abeberamento até ao local de solta. O que se revela de extrema importância na pernoita durante as provas de Fundo e Grande Fundo, que normalmente se efectuam em Junho e Julho;
  5. As temperaturas acima de 36/37º C são muito nefastas, podendo mesmo provocar a morte dos pombos. Só pombos muito descansados bem alimentados e com as vias respiratórias em excelentes condições superam estas dificuldades;
  6. Temperatura máxima acima de 40º C é imprópria para o voo de Pombos correio; 
  7. Se relacionarmos a temperatura com o vento, o factor negativo em relação ao voo pode aumentar ou diminuir. Assim, mesmo sendo a temperatura elevada (acima de 30ºC) causadora de redução de tempo de voo, se associada a vento de “rabo” torna a viagem mais rápida mas a distância entre pombos na chegada é muito grande fazendo com que as classificações demorem muito a fechar, pois muitos pombos fazem reabastecimento de água pelo caminho de modo a não desidratarem. Se o vento for contra, então estamos perante um desastre completo; 
  8. A primeira prova efectuada com calor é normalmente a que provoca mais baixas pela falta de adaptação do pombo ao meio que o rodeia;
  9. A humidade relativa tem pouca importância para temperaturas até 26/27º C. Para valores de temperatura superiores a 28º C, humidade relativa acima dos 80% pode ser perigosa, quer no transporte quer no voo. 

VISIBILIDADE.
Tem-se verificado que valores de visibilidade superiores a 5/6 km durante o voo não são tão perigosos como se pensava, desde que os pombos venham “orientados”. Ou seja, tenham saído bem do local de solta. Aparentemente o perigo na visibilidade está na saída e não em rota, para valores superiores a 5/6 km. Assim, é de extrema importância que a visibilidade no momento da largada tenha valores acima de 5/6 km de visibilidade horizontal. 
A existência de nevoeiro (obrigatoriamente com visibilidade inferior a 1 km) ou de bancos de nevoeiro tornam-se extremamente complicados à saída e nas montanhas que os pombos tenham que transpor. Os pombos têm que contornar estas áreas, separando-se, aumentando, logicamente o tempo de duração da classificação e, por ventura, o número de percas. 
Se a visibilidade for inferior a 3/4 km associada a precipitação e em zonas montanhosas, em que as nuvens estão quase junto ao solo, torna-se para o pombo uma situação difícil de ultrapassar.

Assim, verifica-se que:
  1. A Visibilidade deve ser sempre acima de 5/6 Km aquando da Solta;
  2. A observação das nuvens e visibilidade nas montanhas imediatamente a seguir ao local de solta e em rota é de extrema importância pois tem-se verificado que os pombos demoram muito à saída quando as serras à sua frente estão “tapadas”;
  3. A existência de “nevoeiro/neblina sem nuvens” é menos prejudicial do que o “nevoeiro/neblina com nuvens”, devido às condições meteorológicas adjacentes;

A causa de voos desastrosos normalmente não se deve só a um fenómeno, mas sim à conjugação de dois ou mais fenómenos. Perante este cenário, as regras são extremamente difíceis de estabelecer numérica ou qualitativamente, pois tem-se verificado que analisando só um elemento, por vezes os pombos superam as expectativas e viajam muito mais rápido do que se espera. Isto acontece porque existem factores positivos (favoráveis ao voo) e negativos (contrários ao voo). Trata-se de um jogo de forças em que é necessário em cada momento analisar matematicamente a interacção entre elas. 
Assim com base nos "incidentes ou acidentes"  pode-se exprimir  as dificuldades que os pombos têm em efectuar o regresso a casa, representando elas a gravidade e a intensidade com que os elementos meteorológicos afectam o voo em cada dia. Como os elementos meteorológicos variam no espaço e no tempo, deve-se ligar a observação meteorológica dos locais por onde os pombos provavelmente irão passar com a previsão para esses mesmos locais. 
Nesta tabela que se apresenta não deve ser dissociado a recolha e o transporte dos pombos, porque fazem parte de todos os preparativos para a prova, pelo que qualquer factor prejudicial no dia do encestamento ou no dia antes da largada pode funcionar como duplicador das dificuldades que os pombos irão encontrar no regresso a casa.
Nesta primeira aproximação seria utópico querer referenciar todas as situações gravosas bem como o grau com que afectam o voo do Pombo correio. Representa-se, assim e a título de exemplo algumas das situações características em que já se observou dificuldade ou não no voo de regresso a casa.

PRETONão há condições para efectuar a solta. Há um elemento que só por si é impeditivo da realização do voo. Esta deve ser adiada.
Aqui impera o bom censo e a experiência, pois a conjugação dos factores é de maior relevância.

Vento de “bico” superior a 60 km/h com rajadas; 
  • Temperatura máxima prevista acima de 38º C;
  • Vento de “Bico” superior a 40 km/h e chuva; 
  • Aguaceiros fortes e/ou chuva no primeiro terço da prova;
  • Células de nuvens de desenvolvimento vertical na linha de voo, cuja área seja difícil de contornar; 
  • Trovoadas na área envolvente ao local de solta;
  • Visibilidade inferior a 3 km;
  • Neve na área do local de solta.



VERMELHOOs elementos analisados individualmente parecem relevantes e a interacção entre eles é ou pode ser nefasta para o voo.
O conhecimento da rota, do local de solta e a comparação com situações anteriores é de extrema importância. Medidas as vantagens e desvantagens poderá ser efectuada a prova. É de crucial importância o cruzamento da informação dos diversos elementos meteorológicos para o sucesso da prova. Espera-se uma prova de extrema dificuldade, se for uma prova de Fundo, uma prova muito difícil se for Meio-Fundo e uma prova difícil se for Velocidade.
  • Chuva e vento com componente de “bico”;
           
  • Vento de “bico” superior a 50 km/h;
  • Vento de “bico” superior a 40 km/h com rajadas;
  • Vento cruzado de “rabo” superior a 70 km/h;
  • Visibilidade inferior a 5 km com ausência de vento favorável;
  • Chuva fraca com visibilidade inferior a 5/6 km sem vento favorável;
  • Temperatura máxima superior a 35º C.



LARANJA
As circunstâncias descritas individualmente não parecem relevantes e a interacção entre elas poderá complicar o voo. Aguarda-se uma prova com elevado grau de dificuldade em que todos os elementos estão a ser controlados. Os pombos bem preparados superam a prova com normalidade.
  • Vento de “bico” inferior a 40 km/h;
  • Vento de “bico” inferior a 25/30 km/h com chuva à chegada;
  • Temperatura máxima entre 30 e 35º C; ou Temperatura durante a prova inferior a 10º C



AMARELOOs elementos meteorológicos podem ou não influenciar o voo
  • Nevoeiro ou estratos nas serras em rota, com céu limpo;
  • Bancos de Nevoeiro, com céu limpo;
  • Temperatura máxima inferior a 30º C.


VERDE
As condições meteorológicas são extremamente favoráveis.
  • Vento de “rabo” inferior a 60 km/h e sem precipitação;
  • Ausência de vento e boa visibilidade;
  • Visibilidade superior a 10 km;
  • Ar relativamente seco.


Toda a classificação será mais gravosa quanto maior for a distância a percorrer durante a prova. Assim uma situação Laranja para uma prova de velocidade é uma situação Vermelha  para uma prova de fundo; Uma situação Preta em termos térmicos para uma prova de fundo, pode-se traduzir numa prova laranja para uma prova de velocidade no mesmo dia. Nestas circunstâncias tem que imperar o bom senso e não ter medo de tomar decisões, desde que tomadas de acordo com a ciência e a experiência adquirida ao longo dos anos pelos Delegados e Coordenadores de Solta.


De uma forma simples e sintetizada pode-se definir duas situações: A situação em que não se deve soltar pombos e a situação mais favorável para efectuar uma solta.


Condições em que não se deve soltar Pombos:
  • Visibilidade horizontal inferior a 5 Km;
  • Precipitação no local de solta;
  • As montanhas imediatamente à frente do local de solta “tapadas”;
  • Quando existe uma inversão Térmica muito intensa;
  • Vento de “Bico Superior a 50/60 Km/H;
  • Temperatura superior a 38º C.;
  • Vento forte com componente contra e chuva;
  • Quando houver grandes perturbações no campo magnético da Terra;
  • Células de “trovoadas” de grande extensão horizontal na primeira metade da prova;
  • Quando, os pombos no interior dos cestos estiverem muito quietos e apáticos: Algo de errado se está a passar - nós não detectamos, mas eles estão a sentir;
  • Quando as previsões meteorológicas indicarem várias zonas de precipitação e vento de bico superior a 20 Km/h, em especial nas provas de Meio-Fundo Longas e Fundo;
  • Quando não houve descanso suficiente no local de solta;
  • Antes do Sol “Nascer”.

As condições mais favoráveis para soltar pombos:
  • Vento de “rabo”, não superior a 60 Km/h;
  • Temperatura entre 15 e 28º C;
  • Tempo seco;
  • Visibilidade horizontal superior a 20 km;
  • Céu limpo ou pouco nublado;
  • Soltar 30 a 60 minutos depois do sol “nascer”.

Estudo elaborado por: CAP/TOMET Fernando Garrido, com a colaboração dos coordenadores  e delegados de solta no anos de 2003, 2004 e 2005