quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Franca têm mil pombos-correio treinados para competição



Irinéa Donizete

Luis Alberto Pires e Cristiano Bizzi, criadores de pombos-correio em Franca, soltam aves em chácara
 Nesses tempos em que a tecnologia é a vedete, principalmente na comunicação, quando é possível mandar uma mensagem para uma pessoa que está do outro lado do mundo via e-mail, celular ou por computador através da internet, grupos espalhados pelo país ainda investem tempo e dinheiro na criação de pombos-correio. Isso mesmo, pombos-correio. A diferença é que nos dias atuais essas aves não são usadas para enviar mensagens; na verdade, elas são tratadas como atletas em competições no Brasil e na Europa, onde esse esporte é mais difundido.
Franca não está de fora dessa mania. Na cidade existe a Associação de Columbofilia, ligada à Federação Paulista de Columbofilia. São 12 criadores (10 de Franca e dois de Uberaba-MG) e aproximadamente mil pombos-correio prontos para participar de campeonatos.
Antes, é preciso deixar claro que não estamos falando dos pombos que dominam, por exemplo, a praça Nossa Senhora da Conceição, próximo à igreja Matriz de Franca. Esses são considerados pombos de rua. O pombo-correio é de uma raça distinta, cujas principais características estão no porte maior, na carúncula (saliência carnosa) presente na base do bico e na capacidade maior de gravar localização.
Diferentemente do que muita gente pensa, o pombo-correio não vai espontaneamente a um determinado destino, obedecendo a ordem de seu dono. Eles, na verdade, são transportados do seu local de origem até um certo ponto de partida, de onde ele saberá voltar para sua casa. O técnico veterinário Marcos Antônio Carrijo Filho disse que o motivo de o pombo-correio ter essa habilidade de retornar ao local de origem é instintivo. “Eles têm uma moradia fixa e procuram retornar para esse abrigo onde encontram proteção, alimentação e os membros de seu bando.”
No entanto, estudos científicos afirmam que o pombo-correio, por meio da magnetita que têm em seus bicos, se orienta pelo campo magnético da Terra. Isso funcionaria como um tipo de “imã natural” que possibilita ao pássaro ter uma percepção magnética do trajeto e cobrir grandes distâncias sem se perder, regressando ao ponto de partida. Outros especialistas no assunto contestam esta tese e dizem que a ave se orienta por certos odores encontrados na atmosfera.
DOENÇAS
De acordo com Carrijo Filho, o contato do ser humano com os pombos de rua é altamente perigoso devido a uma série de doenças que a ave pode transmitir.
“No caso dos pombos-correio, o risco de contaminação diminui porque são aves tratadas, vacinadas e criadas em local diferente e higienizado com frequência desde filhotes”, explica Carrijo.

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